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Estou fixada nesta pequena interrogação, desde que esbarrei nela há dois meses atrás. Na altura andava a fazer zapping pelas imagens do google, à procura de uma foto que retratasse o meu estado de espírito quando esta frase me encontrou: O que farias se não tivesses medo?

Após alguns segundos a olhar fixamente para o ecrã do computador, descobri que durante anos fizera, ainda que de forma inconsciente, esta questão a mim mesma: O que faria se não tivesse (tanto) medo?

Os últimos 2 anos trouxeram-me sabedoria e permitiram-me erradicar (quase vá) a ansiedade generalizada e o imenso desconforto que esta causava no meu dia a dia, mas apesar de tudo isso o medo ficou. E se normalmente até que lido bem com a sua presença (teimosa) na minha vida, há momentos em que ele duplica o seu tamanho, e torna-se tão imenso que me paralisa por completo, e eu acabo desistindo daquilo que quero| preciso fazer, porque sinto (institivamente) que vou fracassar. E, talvez, por compreender o quão limitador o medo consegue ser, dei por mim a pensar várias vezes nesta pergunta aparentemente simples.

Percebi que embora não consiga viver com o medo a 0%, nem sei se isso é humanamente possível, posso confiar em mim e acreditar que serei capaz de lidar com os contratempos, dores e sofrimentos, que possam surgir ao longo do caminho, e que mesmo que demore algum tempo, eu ficarei bem. Como em tantas outras situações na vida, não creio que haja uma resposta definitiva e universal para a questão: o que farias se não tivesses medo? mas julgo que – seria livre - poderá ser uma boa resposta.

 S.

 

 

publicado às 13:09

Há uns tempos encontrei por acaso esta frase, enquanto fazia um zapping digital pelo facebook. E das várias frases que por vezes encontro, esta ficou gravada no meu consciente. Por coincidência, ou não, algumas semanas depois ao folhear um livro de Yoga, deparei-me com uma folha, que marcava a transição entre dois capítulos, e que dizia: Nem todos os que vagueiam estão perdidos.

Sinto que, de alguma forma, esta frase marca o ponto em que me encontro atualmente. Durante muito tempo senti-me perdida, abandonada até. Lembro-me vagamente do terror e do desespero que senti...não havia como não o sentir. Estava "presa" a uma existência que eu não gostava, que não fazia o mínimo sentido e a quilómetros luz de distancia de tudo o que eu sempre imaginara para mim. 

Sentia-me perdida porque não sabia como, ou quando, eu iria sair do ponto escuro em que me encontrava. O medo, deixava-me petrificada, e a simples ideia de dar um passo, por mais pequeno que fosse, era inconcebível. E se? E se eu desse o passo na direção errada? E se o melhor fosse realmente permanecer quieta, alerta, tentando perceber onde estava e a partir daí, traçar um mapa que me levasse de volta ao bom caminho? E se alguém já soubesse que eu estava perdida, e estivesse a planear uma missão de salvamento? Se eu me mexesse poderia estragar tudo, e dificultar ainda mais as coisas. 

Não consigo me recordar dos primeiros passos, não sei se fui salva, se me salvei a mim mesma, ou se foi um pouco de ambas, mas literalmente quando dei por mim já estava em território familiar e a partir daí a vida seguiu o seu rumo, até ao momento em que voltei-me a perder.

Mas desta vez o sentimento foi diferente. Já não sinto aquele medo paralisante e sufocante, que me impede de agir. Estou um pouco assustada e desconfortável, admito, mas não desesperada, e apesar de não saber bem onde me encontro, os últimos dois anos trouxeram algumas mudanças pessoais, e de não ter a certeza qual o próximo passo, ou qual o caminho mais direto rumo à felicidade, eu não me sinto (assim tão) perdida.

Talvez, nem todos os que vagueiam estão, de facto, perdidos. Talvez, o mais importante, seja aceitar que nem sempre vamos saber o caminho, e que muitas vezes não vamos ter todas as respostas, mas que ainda assim, te tivermos uma dose insana de coragem, e uma dose ainda maior de fé, vamos, de alguma forma, encontrar o nosso caminho.

 

S.

publicado às 13:45


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