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Não há nada mais bonito que um coração leve e de bem com a vida.
Acho que é a forma mais difícil, complexa, mas igualmente perfeita de encarar os dias. Com um coração cheio de amor e de fé, em vez de medo e ansiedade. Com gratidão pelo somatório de sorrisos e lágrimas, conquistas e derrotas que me conduziram até aqui. Gratidão pelo coração que bate forte e compassado no meu peito e pelo sangue quente que espalha a vida por todo o meu corpo. Enquanto estamos vivos há sempre um infinito de possibilidades à nossa espera. E por tudo isso sou muito grata!
Love S.
Quando comecei esta jornada no Yoga, eu sentia demasiado, o meu coração tinha a incrível capacidade de se entregar passionalmente a qualquer causa e eu acabava invariavelmente por sofrer. Felizmente com o Yoga veio a tomada de consciência de todo esse processo semi-inconsciente e eu consegui alguma paz interior. Infelizmente, à umas semanas a paz meteu férias e o meu coração teve uma recaída - voltei a sentir demais. Tenho para mim que a minha mente é parcialmente culpada, e que o facto de ficar fixada num só pensamento, em nada ajuda um coração que morre de vontade de se oferecer como mártir a qualquer causa, especialmente se for uma causa perdida.
Nunca percebi a minha imensa atracção por causas perdidas, não sei se EGO, instinto maternal, ou apenas um gosto sádico e inconsciente pelo sofrimento, mas não há causa perdida que não faça o meu coração bater mais forte. Especialmente quando as causas perdidas têm um par de olhos incrivelmente belos e ternurentos. Fiquei arrebatada quando percebi a quantidade de tristeza, de abandono que lhe consumia o coração. Falamos algumas vezes, muito ao de leve sobre isso, mas rapidamente as palavras tornaram-se poucas, e eu quis beija-lo, abraça-lo, absorver alguma daquela tristeza, encher-lhe o corpo e alma de felicidade.
Quis, mas não o fiz. Em vez disso falamos, rimos, deixamos os nossos corpos perto um do outro, mas sem nunca transpor os limites da casualidade. Desde ontem que sinto cravadas no peito as palavras que nunca lhe disse, e que a vontade de voltar a sentir o corpo dele perto do meu, de inspirar fundo e saborear o cheiro ameno do seu perfume, leva-me automaticamente às lágrimas. Se estou apaixonada? Não creio, mas sinto a urgência do meu coração, em se entregar por completo e sem reversas, só para que possa salva-lo de si mesmo e de todas as tristezas que lhe consomem o peito. E eu tenho a perfeita consciência que ninguém pode salvar ninguém e que a paz interior só pode alcançada nas curvas longas e tortuosas de uma viagem de auto-conhecimento, mas ainda assim se ele me pedisse, se ele também me quisesse, eu ia.
Não sei de onde este amor ás causas perdidas, ou este complexo de salvadora de homens, mas sei que me faz mal. Que vai contra tudo o que acredito e que é um grande, GRANDE passo atrás na minha viagem até a paz interior. O Yoga trouxe-me uma nova consciência e com ela veio o gosto por uma vida serena, tranquila e em paz (comigo mesma e com os outros). Imagino que esta seja uma lição que devo aprender, e que até o fazer estou "condenada" a encontrar homens perdidos, em busca da salvação que eu nunca lhes consigo dar.
Love S.
Talvez das coisas mais difíceis que já tentei aprender. Isso e a ser paciente.
Não sei se a grande maioria das pessoas também tem problemas de aceitação, mas confesso que para mim sempre foi uma luta. Sempre foi doloroso ver-me forçada a admitir que a minha vontade não reina suprema, e que por vezes uma força superior muda-me os planos e troca-me as voltas, e acabo por ter de aceitar que perdi. Seja um potencial emprego, uma oportunidade incrível ou até mesmo alguém a quem amava demais, a aceitação sempre veio acompanhada de muita dor, mas também de muita revolta e de doses descomunais de amargura.
Tenho plena consciência do quão corrosivos esses sentimentos conseguem ser, e que de facto o caminho para a felicidade passa por não se agarrar a sonhos e expectativas, mas aceitar as coisas tal como elas são, até porque muitas vezes essa é mesmo a única solução.
Não posso falar muito sobre a aceitação, porque ainda vou a meio do processo de aprendizagem, mas posso dizer que a cada dia torna-se um pouco mais fácil. Para mim a mudança ocorreu quando finalmente percebi que os planos que Deus (ou aquilo em que cada um acredita) são maiores e melhores que os meus sonhos, e que muitas vezes (mais do que as que gostaria de admitir) aquilo que eu mais queria, não era o melhor para mim. Hoje tive que aceitar que algo que eu queria muito não aconteceu. Ainda houve espaço para dor, desilusão e ressentimento, mas a cada respiração o coração foi-se enchendo novamente de paz e embora eu não saiba extamente o que vai acontecer a seguir, algo me diz que eu vou ficar bem. E eu estou muito grata por isso!
Love S.
Parte de viver neste mundo, é aprender a lidar com as desilusões. Ontem tive um dia particular desafiante, passei o dia todo a tentar não sucumbir às contrariedades, com as lágrimas a flor dos olhos, tentando não chorar. Confesso igualmente, que está início de dia está sendo igualmente complicado, e que estive novamente à beira das lágrimas. Mas quando tudo parecia perdido, apercebi-me que controlar a minha mente, faz toda a diferença.
Podia escolher ficar a remoer em todas as coisas que estavam acontecendo desde ontem, ou podia deliberadamente escolher não me deixar levar pelas circunstâncias menos boas. Podia ficar grata pelas coisas boas que o dia de ontem trouxe, e que embora não tenho acabado como eu imaginei, a verdade é que elas aconteceram e por isso estou muito grata. O resultado final de algo, não têm de tirar mérito as coisas boas que essa aconteceram pelo caminho. Tal como o facto de haver alturas em que ainda me custa permanecer no caminho certo, e fazer as escolhas certas, não tira mérito à minha viagem, nem aos benefícios que está já trouxe para a minha vida.
Preciso de me relembrar todos os dias que ainda estou a aprender, e que o mesmo é verdade para as pessoas com quem convivo. A viagem deles também ainda não está completa e é normal que em alguns momentos isso possa causar pequenos choques. E no final do dia, quando já estava na cama, pronta para dormir percebi: foi um dia difícil, em que tudo correu de forma diferente à esperada, mas eu sobrevivi. O dia já tinha terminado, e com a Graça de Deus, eu tinha sobrevivido inteira. Houve dor, desilusão e alguma revolta, mas o tempo cumpriu o seu papel e trouxe um novo dia. E embora este dia não tenha começado da melhor maneira, vou ficar consciente e atenta a todas as coisas boas que este dia ainda pode trazer.
Consciência. Atenção. Perseverança. Fé. Tempo. É tudo o que precisamos para sobreviver aos dias difíceis.
Love S.
Mudam-se os tempos, mas nem sempre se mudam as vontades.
Quando comecei esta viagem, não sabia bem o que esperar, até porque ao contrário de todas as outras viagens, esta não foi propriamente planeada. Foi um ato de desespero, o grito do Ipiranga, precisava urgentemente de retirar todo o stress e a ansiedade do meu dia-a-dia, precisava de noites de sono, tranquilas e restauradoras... precisava de paz. Todo o meu corpo, mente e espírito gritavam: PAZ.
Comecei no Yoga por acaso, procurei soluções naturais para combater o stress e a ansiedade, e a palavra Yoga aparecia repetidas vezes no motor de busca, e foi essa a principal razão que me levou a querer experimentar. Claro que já sabia um pouco, muito pouco, sobre o Yoga, já tinha feito no ginásio algumas aulas de body relax e body balance, e senti um desejo imenso de mergulhar de cabeça no Yoga. Na verdade não tinha muitas alternativas, os meus níveis de ansiedade subiam todos os dias, e só tinha 2 opções: ou dava uma oportunidade ao Yoga, ou marcava rapidamente uma consulta de psiquiatria e implorava ao médico uma dose cavalar de calmantes.
Naquela altura o Yoga pareceu-me a opção certa para mim. Hoje sei que foi, muito provavelmente das melhores decisões que já tomei e estou imensamente grata pela paz e pela serenidade que aos poucos fui descobrindo e conquistando. Posso afirma,r com algum grau de certeza, que a minha vida mudou para melhor, em muitos aspectos. A nível físico, mental e espiritual esta viagem está sendo gratificante e sinto que aos poucos vou-me descobrindo... não imaginam o quanto eu era um segredo para mim mesma.
Mas há um outro tanto que permanece imutável. Assumi recentemente que tenho um grave problema de aceitação. É com grande desconforto que reconheço e assumo que tenho dificuldades em aceitar certas coisas, certos traços de personalidade tanto em mim mesma, como nos outros. Tenho plena consciência que cada um é como é, e acreditem que não tenho qualquer desejo de mudar ninguém, já é suficientemente difícil tentar melhorar enquanto pessoa. Mas nada disso torna a aceitação mais fácil.
Podia gastar rios de tinta sobre o porquê de ser difícil, aceitar o "lado lunar", nas palavras de Rui Veloso, das pessoas que me são mais próximas, mas não quero ser maçadora. Acredito que todos nós, idealizamos um pouco as pessoas à nossa volta, e que quando confrontados com algumas atitudes que fogem da imagem idealizada, ficamos magoados, revoltados, feridos. Acredito igualmente que na maioria das vezes, não houve qualquer intensão de nos magoar ou ferir... a pessoa estava simplesmente sendo ela própria.
Não faço ideia de como deixar de idealizar as pessoas, ou de como as aceitar, ao ponto de não ficar magoada ou sentida com algumas atitudes, por isso mesmo é que assumo: Olá, o meu nome é S. e tenho um problema de aceitação. Afinal mudam-se os tempos, mas muitas coisas permanecem iguais.
Love S.
Depois de algum tempo ausente, estava a precisar de voltar ao blog, voltar aquilo que me dá tanto prazer: escrever.
A vida, por vezes, muda rápido demais e exige muito jogo de cintura acompanhar todas essas mudanças. E nesse eterno jogo de ajuste e reajuste, algumas coisas (importantes) acabam por ficar para trás. É algo que não deveria acontecer, nunca devemos desistir do alimento da alma. Acredito verdadeiramente que todos precisamos de um sonho, um projeto, um negócio, de "combustível" para a alma e para o intelecto.
O meu "combustível" é escrever. Eu já escrevo desde criança, assim que fui para a escola e comecei a rabiscar as primeiras letras, descobri um refugio secreto, um escape, mas acima de tudo um grande e longo amor, que por vezes esmorece, mas nunca me abandona. Num mundo mais que perfeito, a escrita seria a minha principal atividade profissional, e apesar de ter consciência de que é um feito muito difíci de alcançar, isso não é de todo o mais importante. O mais importante é escrever, pelo prazer que retiro da escrita, porque há imenso de mim que quero partilhar, e porque de todas as formas que poderia utilizar para me expressar, nenhuma é tão completa, tão perfeita como a escrita.
Não importa o sonho que carregamos dentro de nós, o que importa é que tenhamos sempre coragem de o alimentar.
Love S.
Posso confessar que das coisas que mais prazer me dá é viajar. Não, não viajo muito, ainda não pude ir aos lugares que mais gostava de conhecer, mas sempre que posso gosto de viajar, mesmo que seja para lugares aqui perto.
A viagem deste ano foi um tanto inesperada, não pensava ir de férias, não andava com muito tempo para planear e marcar uma viagem, sinceramente nem sabia ao certo quando ia terminar este semestre. Mas assim do nada surgiu uma oportunidade e eu nem pensei duas vezes. Estava cansada, precisava desconectar-me do mundo... tudo o queria era uma semana sem televisão, sem telejornais, sem computador e com a utilização do telemóvel limitada a tirar fotografias e a ligar para casa no final de cada dia.
Acabei usando o telemóvel mais do que esperava, mas tudo o resto foi cumprido!! Além do imenso prazer que é poder esquecer o resto do mundo durante X dias, viajar faz bem à alma. Acredito que é preciso sair de onde estamos para poder ver a realidade com mais clareza, que aprendemos imenso cada vez que visitamos novos países e descobrimos novas culturas. Gosto de explorar ao máximo os sítios para onde vou, tento deslocar-me sempre de autocarro ou a pé, mesmo que isso implique algumas dores nas pernas ao fim do dia. Não há como "mergulhar" no desconhecido, passear no meio das ruelas, conhecer a vida de cada cidade além dos pontos assinalados nos roteiros turísticos. Para mim viajar é isso: é perder-me num mar de ruas e pessoas que não conheço e sair de cada lugar com saudades e com uma vontade imensa de lá voltar.
Esta viagem foi a que mais me marcou. Pela beleza do local, pela paz e pela calma que emanava e pelo sentimento de pertença inesperado que senti.... descobri uma casa longe de casa a qual gostaria muito de regressar um dia.
Love S.
A vida dá muitas voltas! É talvez das frases feitas, de pseudo-sabedoria que mais vezes oiço, mas que apesar disso não deixa de ser uma grande verdade. Quando as 12 badaladas do primeiro dia de 2015 irromperam, estava longe de imaginar que tanta coisa ia acontecer nos primeiros 7 meses do ano.
Podia falar das coisas menos boas, dos sobressaltos inesperados, mas como aprendi recentemente não devemos dizer coisas más em voz alta, por isso também não as vou publicar aqui. Prefiro pensar nas coisas boas, e uma delas é ter concluído este 1º ano de curso.
Se é verdade que as aulas já acabaram há muito, andava com uma nota pendente e que só agora foi lançada. Fiquei muito feliz, depois de tanto sacrifício, da aflição de não saber se ia conseguir entregar todos os trabalhos a tempo, depois de noites infidáveis à volta do computador, em que apenas a teimosia e querer adiantar trabalho mantinha-me acordada até ás 2h da manhã, todo este caos e loucura foi compensado: estou 1 ano mais perto do meu objetivo final.
Tive imensas dúvidas se conseguiria, e muitas vezes perante a quantidade e exigência dos trabalhos achei que tinha cometido um erro, duvidei de mim mesma e da minha capacidade mental de terminar este ano. Foi mais difícil e desafiante do que esperava, mas por esse mesmo motivo, mais compensador.
Foi um ano (lectivo) de lágrimas, acompanhadas de uma boa dose de desespero e stress, mas também de muitas gargalhadas, muitos momentos de orgulho e de sonhos que à partida não esperava concretizar.
A que devo o sucesso deste ano: a doses descomunais de força de vontade (que nem sabia que tinha), ao apoio e carinho que recebi, especialmente na parte final e também as aulas de ioga, que deram-me a serenidade e a tranquilidade para seguir em frente nas horas de maior ansiedade.
Resta-me aproveitar este breve período de férias, aproveitar o sol e a água salgada e armazenar energias para o 2º ano. Boas férias a todos :)
Love S.