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Estou fixada nesta pequena interrogação, desde que esbarrei nela há dois meses atrás. Na altura andava a fazer zapping pelas imagens do google, à procura de uma foto que retratasse o meu estado de espírito quando esta frase me encontrou: O que farias se não tivesses medo?
Após alguns segundos a olhar fixamente para o ecrã do computador, descobri que durante anos fizera, ainda que de forma inconsciente, esta questão a mim mesma: O que faria se não tivesse (tanto) medo?
Os últimos 2 anos trouxeram-me sabedoria e permitiram-me erradicar (quase vá) a ansiedade generalizada e o imenso desconforto que esta causava no meu dia a dia, mas apesar de tudo isso o medo ficou. E se normalmente até que lido bem com a sua presença (teimosa) na minha vida, há momentos em que ele duplica o seu tamanho, e torna-se tão imenso que me paralisa por completo, e eu acabo desistindo daquilo que quero| preciso fazer, porque sinto (institivamente) que vou fracassar. E, talvez, por compreender o quão limitador o medo consegue ser, dei por mim a pensar várias vezes nesta pergunta aparentemente simples.
Percebi que embora não consiga viver com o medo a 0%, nem sei se isso é humanamente possível, posso confiar em mim e acreditar que serei capaz de lidar com os contratempos, dores e sofrimentos, que possam surgir ao longo do caminho, e que mesmo que demore algum tempo, eu ficarei bem. Como em tantas outras situações na vida, não creio que haja uma resposta definitiva e universal para a questão: o que farias se não tivesses medo? mas julgo que – seria livre - poderá ser uma boa resposta.
S.