Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Passados três anos de yoga e outros dois a "tentar" aprender meditação, a minha ansiedade não desapareceu. Não aprendi, ainda, a permanecer tranquila e equânime face as contrariedades da vida, nem sei se algum dia serei capaz de o fazer. Há eventos que chocam, que abalam violentamente a nossa essência e num pequeno espaço temporal viram o nosso mundo do avesso.
Não, não fui capaz de deixar de sentir medo, nem me entreguei nas mãos da vida e ganhei uma confiança inabalável em Deus| Universo| Fonte...ou qualquer outra nomenclatura que prefiram utilizar.
Ainda sou o mesmo eu de sempre, pequeno, temeroso, desconfiado, assustadiço. Humano. Sou apenas um ser humano, igual a tantos outros, com os mesmos momentos de dúvida, desconforto e até de sofrimento. Há alturas em que não quero sentir mais, e o meu único desejo é virar uns copos de vinho tinto ou tomar um ansiolítico, daqueles que ainda estão escondidos no fundo da gaveta, do armário da cozinha. Mas escolho não o fazer.
Em vez disso, escolho aceitar que sou humana. Que sinto dor e medo, muito medo. Que viver ás vezes dói, no corpo e na alma, mas que é essa a minha| nossa condição.
Escolho aceitar que se estou nesta fase, é porque é aqui que necessito de estar, e que as dores de crescimento fazem parte da vida, e todas elas têm o seu propósito. Nada disto é em vão.
E é esta pequena mudança, quase que impercetível, entre fugir e aceitar que faz toda a diferença, pelo menos para mim. Porque afinal, a mudança que eu procurava, através do yoga e da meditação, não é tanto sobre viver uma vida livre de medos e ansiedades, mas sim sobre aprender a viver com eles.
Love S.